Alessandro Assunção - Paraíba - Brasil |
Em mural improvisado coloquei a foto do nosso 1º mês. Era
uma das dezoito fotos da caixa. Como era bom resgatar o que o tempo deixou pra
trás. Éramos apenas duas crianças.
Nunca soube o que é namorar de verdade. Sempre fui melhor
amigo da liberdade, típica dos homens. Não deixava eu me prender em você,
talvez por medo, talvez por orgulho. O tempo, no entanto, me provou ao contrário. O tempo me prendeu em você.
Nos encontramos após a ressaca de amores passados. Um passado de
ilusão. Ilusão de confundir amor com um grão de areia.
Uma atração forte já nos primeiros dias. A diferença é que
os dias eram um após o outro. Não nos permitíamos pensar no futuro. O dia era
um jogo e eu me doava na esperança do amanhã. Jamais imaginaria que seria
assim, como foi o primeiro mês.
O mundo parou só pra pensar em você. Ainda não conhecia seu
mistério, cada curva do seu corpo. Ainda não sabia o verdadeiro sabor do seu
beijo. Decifrava aos poucos um olhar ambíguo e mágico.
Começamos a procurar juntos os nossos refúgios. Os dias
pareciam semanas. As semanas, meses. E o intenso pareceu brincadeira perto da
leveza em que tudo fluía. Achávamos significados em cada ato, achávamos magia
em cada beijo.
Interpretava a sua timidez e o silêncio nunca foi tão preenchido.
Os abraços nunca foram tão quentes. Prendíamos-nos por medo. Adiávamos a
despedida com medo de não haver o reencontro.
E agora, esse reencontro ainda é uma incógnita. Nesse
conta-gotas de memória revivo o passado. Como nossos primeiros dias, sem saber
o futuro, sem saber o amanhã.
Temer é tão forte que, por vezes, tentamos ser forte, mas o amor é maior. O sentimento acaba sendo tão lindo que nos deixa fragilizados diante de tudo. E ao invés de fugirmos e evitar este sentimento, acabamos nos rendendo. :-)
ResponderExcluirNos render ao amor é o mesmo que nos entregarmos ao paraíso.
ResponderExcluirLindo, eu te amo!
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