Terry Heffernan - São Francisco, Califórnia |
Acordei com o interfone tocando. Quando atendi, já tinham
desligado. A campainha tocou e, ainda dormindo, recebi o carteiro. Era uma
caixa, pouco maior que uma caixa de sapato. Quando vi quem era o remetente, não
consegui segurar o choro. Não tinha endereço nenhum, apenas o seu nome, escrito
à mão, o que eliminava as chances de eu conseguir chegar até ela, de alguma
forma.
Trêmulo, deixei a caixa em cima do sofá e procurei uma
tesoura. Meu coração pulsava em um ritmo, ao mesmo tempo, ansioso e alegre, por
ter contato com algo vindo dela. Ela ainda pensava em mim, tinha algum carinho,
algum sentimento. Peguei a tesoura e rasguei o papelão que envolvia a caixa.
Era uma caixa dura, com estilo antigo, uma espécie de baú.
Abri o baú e encontrei delicadezas, que só após um tempo,
percebi que tinham algum nexo. Um: Pincel de tinta, provavelmente para pintar
quadros, com a tinta ainda fresca. Dois: Um frasco de perfume. Sim, o seu
perfume. Três: Uma pasta com 18 fotos. Fotos de todos nossos aniversários de
namoro. Quatro: Um postal, de nossos personagens favoritos da Disney, o Woody, a
Jessy e o Buzz Lightyear. E por fim: Um lenço vermelho.
Eu fiquei paralisado por um bom tempo. Não sabia o que fazer
com aquilo na minha frente. Dentro de uma caixa ela resgatava grande parte da
nossa história.
Então, decidi que iria, a partir daquele momento, resgatar
tudo o que vivemos juntos.
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