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6.5.13

#48 - Nossas recordações chegam por correio



Terry Heffernan - São Francisco, Califórnia

Acordei com o interfone tocando. Quando atendi, já tinham desligado. A campainha tocou e, ainda dormindo, recebi o carteiro. Era uma caixa, pouco maior que uma caixa de sapato. Quando vi quem era o remetente, não consegui segurar o choro. Não tinha endereço nenhum, apenas o seu nome, escrito à mão, o que eliminava as chances de eu conseguir chegar até ela, de alguma forma.

Trêmulo, deixei a caixa em cima do sofá e procurei uma tesoura. Meu coração pulsava em um ritmo, ao mesmo tempo, ansioso e alegre, por ter contato com algo vindo dela. Ela ainda pensava em mim, tinha algum carinho, algum sentimento. Peguei a tesoura e rasguei o papelão que envolvia a caixa. Era uma caixa dura, com estilo antigo, uma espécie de baú.

Abri o baú e encontrei delicadezas, que só após um tempo, percebi que tinham algum nexo. Um: Pincel de tinta, provavelmente para pintar quadros, com a tinta ainda fresca. Dois: Um frasco de perfume. Sim, o seu perfume. Três: Uma pasta com 18 fotos. Fotos de todos nossos aniversários de namoro. Quatro: Um postal, de nossos personagens favoritos da Disney, o Woody, a Jessy e o Buzz Lightyear. E por fim: Um lenço vermelho.

Eu fiquei paralisado por um bom tempo. Não sabia o que fazer com aquilo na minha frente. Dentro de uma caixa ela resgatava grande parte da nossa história.

Então, decidi que iria, a partir daquele momento, resgatar tudo o que vivemos juntos.

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