Foto de Andrei Gindac |
Olhos nos olhos. Desde o começo foi assim. As maçãs do rosto
ficavam vermelhas, mas eram olhos nos olhos.
Sempre foi o nosso meio de comunicação. Nos amamos pelo
olhar desde que nos conhecemos.
Ela já me esperava fazia quinze minutos. Estava sentada
embaixo daquela árvore, no lugar que combinamos, abraçando as próprias pernas.
Olhava para os lados procurando algo e ao mesmo tempo fingia não procurar
ninguém. Cheguei por trás, e ela não teve como reagir, abriu um sorriso de
orelha a orelha.
Foi olho no olho. Ninguém disse nada, apenas ficamos nos
encarando por um bom tempo, sorrindo um para o outro. Com medo de estragar o
sorriso um do outro, com medo de não existir mais nenhum sorriso como aqueles.
– Desculpa pelo atraso – eu disse para ela.
– Não tem problema – ela respondeu sem tirar os olhos dos
meus.
Assunto nunca foi o problema em nossas conversas, mas nesse
dia o silêncio fazia mais sentido. O silêncio conciliado com um som ambiente
leve. Pássaros, água, pessoas que passavam. Parecia que precisávamos daquilo. O
silêncio, aos poucos, nos ajudava a sentir, sentir aquilo que eu nunca havia
sentido por ninguém.
Eu ia me aproximando aos poucos, chegava perto aos poucos, deixando-a
esbarrar em mim sem querer. Qualquer contato era suficiente para o meu coração
acelerar. Ela carregava algo na pele que me fazia sentir tocando uma pétala de
flor, uma porcelana.
Mesmo com sol, o fim da tarde soprava um vento gelado.
Batemos palmas, juntos, para o pôr do sol, e foi nesse momento, quando
sorríamos para o espetáculo no horizonte, que os nossos olhos se cruzaram
novamente. Não tivemos o que fazer, não precisávamos de palavras.
Pela nuca penetrei meus dedos nos seus cabelos. Ela já
estava entregue. Eu estava entregue.
Paramos no tempo, e quando me dei conta as primeiras
estrelas rasgavam o céu. Ela deitou nos meus ombros, e eu aqueci sua pele
gelada. Falávamos sobre as estrelas, contávamos as estrelas. Parecia que
estávamos juntos havia muito tempo, mas foi a primeira vez que contamos as
estrelas juntos, no dia 27 de agosto.
Pô, cara, tenho acompanhado seu blog, e tá muito bacana! Vc escreve muito bem, e dá pra perceber pelas suas palavras que você realmente ama essa menina! Vai uma sugestão: por que você não faz um vídeo, pelo menos uma vez por semana, recitando algumas dessas palavras p ela? Seria uma grande prova de amor, e uma grande experiência pros leitores! Tenho uma namorada morando no EUA também e sei como é difícil! Parabéns!
ResponderExcluirOlá, Danilo. Primeiramente é um prazer tê-lo aqui todos os dias. Uma alegria tremenda saber que está gostando dos textos e do projeto. Gostei muito do seu conselho, vou verificar as possibilidades. Pois é, você também passa na pele a dor da distância, rs. Mas quando o amor fala mais alto, não tem nada que nos atrapalhe. Peço que se possível compartilhe e divulgue com os amigos. Um grande prazer, abraços.
ExcluirSe for tocar adiante minha sugestão me avise, estarei ansioso à espera!
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